quarta-feira, 5 de março de 2014

Paul Di'anno detona Dennis Stratton em entrevista ( MATÉRIA ANTIGA )

Em entrevista ao jornalista Jeb Wright, da revista Classic Rock Revisited, PAUL DI’ANNO, primeiro vocalista do Iron Maiden, falou sobre seu passado na Donzela de Ferro e deu seu parecer acerca da performance de Bruce Dickinson — seu substituto na banda — nas músicas mais antigas da banda, imortalizadas na voz de Di’anno.


A entrevista é bem longa, e o cantor fala sobre muitos assuntos, tais como sua relação conturbada com o guitarrista Dennis Stratton, a gravação da clássica demo “The Soundhouse Tapes” e admite: só tocaria no Ozzfest com o Maiden em troca de muito dinheiro. Confira os principais trechos desta entrevista:

Classic Rock Revisited — O DVD “The Early Days” já está em todas as lojas. E a sua entrevista nele é bem legal. Você admite que Bruce é o melhor vocalista para a banda. Você assistiu ao documentário inteiro? Como foi encontrar-se com alguns dos ‘quase membros’ do Iron Maiden?
Paul Di’anno — Bem, na verdade eu nunca me encontrei com alguém durante as filmagens e entrevistas do DVD. De fato, meu empresário apenas instruiu a equipe de filmagem para que não filmassem minhas partes próximas ao babaca do Dennis Stratton, pois eu já havia dividido meu tempo demais com aquele estúpido. Eu assisti ao DVD todo e foi uma viagem e tanto em minhas memórias. Acho que o DVD foi uma grande idéia, tudo foi muito bem colocado e obviamente é um ‘must’ para a coleção de qualquer fã do Maiden.

E sim, eu admito que o Bruce é um cantor melhor do que eu para o Maiden. Ainda penso assim, mas apenas após os meus dois álbuns clássicos com a banda. Todo o meu sentimento está lá e jamais poderia deixar a minha marca propriamente dita nos álbuns que se seguiram após ‘Iron Maiden’ e ‘Killers’, porque a voz do Bruce é muito mais apropriada para aquele material do que a minha voz poderia ser. Entretanto, apesar disso, não estou comparando nossas vozes uma contra a outra, assim como penso que eu poderia cantar as músicas do período do Bruce, ele definitivamente não tem — e nunca teve — a voz para me substituir nos dois primeiros álbuns clássicos.

A minha voz é, e sempre será muito mais agressiva e foi isso o que ajudou a deixar aqueles dois álbuns do modo como estão. Por outro lado, os tons altos da voz do Bruce, algumas vezes em um estilo ópera, foi o que ajudou a dar personalidade às músicas que vieram mais tarde. Eu diria o seguinte: o Bruce soa incrível nas músicas que vieram logo depois com o Maiden, como ‘The Trooper’, ‘The Number of the Beast’ e ‘Two Minutes to Midnight’ mas encaremos os fatos — sem querer soar arrogante aqui, apenas dizendo o que todos sabem — quando Bruce tentar emular minha voz em clássicos como ‘Remember Tomorow’, ‘Runnig Free’, ‘Wratchild’, ‘Killers’ ou qualquer outra daqueles dois álbuns, ele não possui as ferramentas corretas, pois a agressão não está lá. A sua voz explora muito do seu ‘background’, e acho que minha voz mostra algo mais violento, do cenário de que eu surgi.

Classic Rock Revisited — Por que você corta tanto o Dennis Stratton? E também, por que ele foi sacado da banda logo após o primeiro álbum?
Paul Di’anno — Antes de mais nada, ele é um completo estúpido — deixe-me dizer do jeito que ele era, e ainda é, uma porcaria de um guitarrista pop que na verdade odeia metal, mas que teve sorte de entrar no Maiden. Assim que eu me encontrei com aquele imbecil eu percebi que ele não era o cara certo para o trabalho. Ele é arrogange, um guitarrista de nona categoria, que quer encher o planeta com suas idéias estúpidas. Ele queria que o Maiden fosse o próximo Eagles com todas   aquelas harmonias e porcarias. É claro que o Maiden não é esse tipo de banda. Acho que eles perceberam que o ‘Sr. Pop’ e o ‘Sr. Eu Sei Tudo’ não era definitivamente um cara metal, mas um babaca pop que estava no lugar errado e na hora errada. Obviamente, Steve [Harris, baixista] teve que mandar o pobre embora o mais rápido possível.

Durante a turnê com o Kiss, na Espanha, ele teve uma forte discussão com Steve e Rod [Smallwood, empresário do Maiden] porque não queria vestir roupas com estilo mais metal.

O pior de tudo é que eu tive que trabalhar com este idiota por duas vezes, porque eu estava quebrado e precisava de dinheiro. Primeiro, fiz uma turnê com ele pelo Japão em 1990. A turnê foi um completo aborto, especialmente porque eu me recusei a ensaiar com aquele e com os outros idiotas. Então, peguei o dinheiro e fui embora assim que a turnê acabou. Para a porra da minha surpresa, um álbum ao vivo — um completo lixo — daquela turnê foi lançado. Bem, nós todos cometemos grandes erros na vida, certo? Então, o meu empresário teve a brilhante idéia de que eu trabalhasse com ele novamente, fazendo dois álbuns. E novamente eu precisava do dinheiro, mas desta vez eu só ia ao estúdio quando o idiota não estava por lá. Agora, ele está de volta às suas raízes, tocando em pubs londrinos à noite covers do Robbiel Williams e do Oasis. Ele conserta telefones durante o dia e ele poderia ao menos fazer um favor ao mundo jogando sua guitarra no mar e consertar os telefones!

Classic Rock Revisited — O Maiden foi escalado para estar no Ozzfest. E eles vão tocar apenas faixas dos quatro primeiros álbuns. Mas se eles quisessem que você estivesse lá para cantar as músicas dos dois primeiros álbuns, você consideraria isso ou daqui por diante será estritamente Paul Di’anno?
Paul Di’anno — Isso é bem simples, se eles me dessem muito dinheiro — e me pagassem adiantado — eu faria.

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